EFEITOS DA APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ATRAVÉS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: Revisão Sistemática

Abstract

Introdução: A incorporação de novas tecnologias em saúde é um desafio constante aos gestores do sistema de saúde que buscam a qualidade da atenção e a segurança no cuidado. A implantação de protocolos assistenciais evidencia se como base para tomada de decisões objetivando padronização das ações e minimização de riscos na assistência em saúde. O COFEN normatiza sobre a SAE e a implementação do PE em ambientes de saúde nos quais é realizado o cuidado de enfermagem. A implantação da SAE em sua totalidade permite uma fonte de conhecimento científico para a profissão, tornando se fundamental para a assistência ao paciente, sendo que a contribuição da efetivação do PE reside na padronização da assistência, necessidade recorrente na Enfermagem. Todavia, os Enfermeiros não aplicam o PE em sua totalidade na grande maioria dos serviços de saúde conforme evidenciado atualmente. Objetivo: avaliar os efeitos da aplicação da SAE através do PE nos serviços de saúde. Método: Revisão sistemática através de busca dos descritores “sistematização da assistência de enfermagem”, “processo de enfermagem” e “efeito” nas bases MEDLINE, COCHRANE, EMBASE, LILACS e CINAHL indexados de 2007 a 2017 em português, inglês e espanhol para estudos de coorte, transversais, caso controle, revisões sistemáticas, overview, ensaios clínicos e revisões de literatura. Resultados: A pesquisa retornou 7.038 artigos. Após processamento e análise dos achados segundo o manual de diretrizes metodológicas para a elaboração de revisão sistemática proposto pelo MS foram selecionados nove artigos. Não foram identificados estudos sobre o custo-efetividade; três estudos avaliaram a efetividade das intervenções de enfermagem em grupos específicos. Das 11 intervenções aplicadas em pacientes com IC, 08 apresentaram efetividade. Taxa de efetividade diagnóstica de risco foi acima de 85% para os DE´s elencados em pacientes de cuidados intensivos e taxa de efetividade na prevenção de complicações foi de 100%. Em pacientes DM-2, o PE teve moderada influência sobre parâmetros de pressão arterial e alcançou significância estatística para níveis adequados de HbA1c. Revisões indicaram que a utilização do PE pode diminuir incidência de lesões por pressão. Discussão: ausência de análises sistematizadas e de rigor metodológico sobre os custos torna incerta a mensuração sobre a magnitude do processo e seus efeitos dificultando a tomada de decisão sobre a alocação dos recursos em saúde. Foram encontradas relações com indicadores assistenciais de enfermagem como quedas, lesões de pele e por pressão em áreas específicas de cuidado, contudo sem caracterização de evidências que relacionassem o PE com indicadores como taxa de mortalidade, índice de infecção hospitalar, tempo médio de permanência e satisfação dos profissionais. Conclusões: O PE se configura em um desafio para os profissionais de enfermagem, pois não é amplamente aplicado na assistência em saúde. As evidências apresentaram fatores positivos, porém com predominância de estudos de baixa qualidade. São necessárias investigações com maiores amostras, contemplação de outras áreas de atuação e métodos de pesquisa sólidos para uma adequada análise sobre a eficácia do PE sustentando sua utilização quanto aos custos e benefícios nos serviços de saúde.