ADESÃO DE MÉDICOS PRESCRITORES AO PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA DOENÇA DE PARKINSON

Abstract

Introdução: Protocolo s Clínico s e Diretriz es Terapêutica s ( PCDT) são tecnologias em saúde que estabelecem as linhas de cuidado por agravo, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Apesar de a utilização de diretrizes clínicas impactar positivamente nos desfechos em saúde, há pouco conhecimento sobre a adesão dos médicos a estas e sobre os fatores que influenciam na sua efetiva implementação à prática médica, no Brasil. Objetivos: Avaliar a adesão dos médicos ao PCDT para a Doença de Parkinson (PCDT DP) em sua prática diária e investigar a percepção quanto ao protocolo as barreiras à sua utilização e as estratégias de implementação preferidas , na visão do prescritor. Metodologia: Foi realizada pesquisa quantitativa transversal , de março a setembro de 2016 P ara avaliar a adesão do médico prescritor aos critérios e recomendações do PCDT DP foram utilizados dois métodos distintos: (1) análise dos documentos e informações que compõem as solicitações administrativas de medicamentos para DP encaminhadas à Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual da Saúde d o Rio Grande do Sul (AF/SES/RS) e (2) levantamento por questionário estruturado para avaliar a percepção do médico prescritor quanto ao protocolo, barreiras à sua utilização e estratégias preferidas para sua implementação. Resultados : Das 375 novas solicitações de medicamentos encaminhadas à AF/SES/RS, apenas 5,33% apresentaram adesão completa não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na adesão global entre a atenção primária ou especializada , e entre serviços públicos e privados de saúde . As solicitações oriundas de especialistas em Doença de Parkinson tiveram maior percentual de adesão aos critérios diagnóstico e dose (p<0,05). As principais barreiras à utilização do PCDT DP foram a falta ou o pouco conhecimento sobre o protocolo (48%) e a falta de tempo para o preenchimento dos documentos obrigatórios 52 Médicos com menor tempo de formação tendem a perceber menos barreiras para a utilização do protocolo (p<0,05). Conclusão : Os resultados indicam a necessidade de ações de implementação do PCD T DP na prática médica direcionadas as equipes assistenciais e de gestão , que promovam a integralidade e continuidade da linha de cuidado.