INDICADORES DE QUALIDADE EM TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL: AVALIAÇÃO E ASSOCIAÇÃO COM DESFECHOS CLÍNICOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Data
2017-08-15
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Grupo Hospitalar Conceição
Resumo
Abstract
Objetivo: Avaliar a qualidade da terapia nutricional parenteral (TNP) prestada aos pacientes internados em um hospital público de alta complexidade, através da utilização de indicadores de qualidade em terapia nutricional (IQTN) e suas possíveis associações com desfechos clínicos (tempo de uso da TNP, mortalidade intrahospitalar e tempo de internação hospitalar).
Métodos: Estudo de coorte histórica realizado no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Foi realizada coleta de dados de prontuário eletrônico e planilha de controle da TNP da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN). A amostra foi de conveniência, sendo composta por pacientes maiores de 18 anos que tiveram prescrição de TNP e foram acompanhados pela equipe no período de outubro de 2011 até setembro de 2016. Para aplicação dos IQTN foram utilizadas as frequências relativas dos seguintes indicadores: pacientes com TNP central por menos de sete dias, medida ou estimativa do gasto energético e das necessidades proteicas, realização de avaliação e reavaliação nutricional periódica, recuperação de ingestão oral após término da TNP, medida de índice de massa corporal (IMC), acompanhamento nutricional do paciente pela EMTN, alterações hidroeletrolíticas e disfunções hepática, renal e glicêmicas. As frequências relativas observadas foram comparadas com as metas propostas na literatura. Foram coletadas variáveis sóciodemográficas, clínicas, laboratoriais e antropométricas, calculadas as estatísticas descritivas e avaliada a associação entre os IQTN e os desfechos de interesse (tempo de internação hospitalar, tempo de TNP e mortalidade) a partir de análise univariada e multivariada.
Resultados: Foram avaliados 503 pacientes, com idade média de 57,27±16,32 anos, sendo 61,4% do gênero masculino. A principal indicação para início da TNP foram as complicações no pós-operatório de laparatomia (72,4%). O tempo mediano de TNP foi igual a 18 dias, os pacientes permaneceram hospitalizados por um tempo mediano de 54 dias e o desfecho óbito hospitalar foi evidenciado em 45,9% da amostra estudada. Cinco dos 11 indicadores analisados apresentaram conformidade às metas propostas: frequência da medida ou estimativa do gasto energético e das necessidades proteicas, de avaliação nutricional, de medida de IMC, de acompanhamento nutricional do paciente pela EMTN, e de alterações glicêmicas. Alteração renal e TNP por menos de sete dias aumentaram o risco de óbito nos pacientes em 1,7 e 2,7 vezes, respectivamente, enquanto que a reintrodução exclusiva da dieta via oral no desmame da TNP foi associada a menor risco de morte. As alterações nos marcadores de função hepática e a hipertrigliceridemia foram associadas a maior chance de internação hospitalar prolongada e de uso da TNP por tempo igual ou maior a 18 dias.
Alterações hidroeletrolíticas aumentaram a chance de TNP prolongada em mais de sete vezes.
Conclusão: A maioria dos IQTN analisados no presente estudo não apresentaram conformidade às metas estabelecidas, sendo observada associação entre os IQTN relacionados às alterações metabólicas com todos os desfechos clínicos analisados. Tais achados sugerem que o uso dos IQTN pode representar uma medida de efetividade da TNP e poderiam ser empregados como uma tecnologia leve-dura para melhora da assistência nutricional prestada no ambiente hospitalar.
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Palavras-chave
Saúde Pública, Brasil, Sistema Único de Saúde, Terapia Nutricional, Nutrição Parenteral
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