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Item MANUAL DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL CRIANÇA CONCEIÇÃO - Volume 1(Grupo Hospitalar Conceição, 2020-12-10) Sechi, Fábio Luís; Scheibel, Ilóite MariaEste manual traz protocolos de uso co-substanciados por evidências de práticas assistenciais na emergência do Hospital Criança Conceição (HCC). O produto aqui descrito é fruto do trabalho vivo no atendimento pediátrico na emergência pediátrica do Grupo Hospitalar Conceição. Como padrão, cada assunto traz uma introdução em texto único abordando a frequência do problema ou processo de saúde, a importância e gravidade dos eventos e a efetividade das intervenções sugeridas pelo protocolo. Este material se destina aos profissionais de saúde que prestam atendimento em emergências pediátricas, com a experiência do GHC nos referidos capítulos. Também são possíveis de identificar tratamentos, diagnósticos e opções de medidas preventivas dentro de cada capítulo / protocolo de uso para a situação clínica abordada. Desta forma, o manual se torna um instrumento que pode promover certo grau de uniformização de tipos de tratamento para determinados diagnósticos. Assim, organiza e facilita a tomada de decisão e traz o potencial para ampliar a segurança nas condutas aos pacientes. Como traz a determinação orientada pelo nosso Manual de elaboração de protocolos clínicos, existe um ou mais algoritmos em cada capítulo, bem como a prerrogativa de revisão de cada assunto diante de novas evidências. O grupo elaborador contou com médicos contratados do HCC, médicos residentes do HCC e apoio do Setor de Pesquisa da GEP GHC. Todos os envolvidos na elaboração deste manual declaram ausência de conflitos de interesse na construção de cada protocolo. No Sistema Único de Saúde, a Lei nº 12.401 de 2011 denominou às diretrizes clínicas baseadas em evidências para o SUS como Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Estes documentos, baseados em evidências científicas, avaliam a eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das intervenções em saúde para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. Além disso, os PCDTS estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Nesse contexto, o grande campo das diretrizes clínicas inclui não somente, documentos como a linha de cuidado completa sobre determinado agravo ou doença, como também, documentos com escopo mais restritos, como os Protocolos de Uso e as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas. Desta forma, podemos nos referir às diretrizes clínicas como recomendações sistematicamente elaboradas para auxiliar profissionais de saúde e pacientes no processo de tomada de decisão sobre o cuidado mais apropriado em relação a sua saúde em situações clínicas específicas. O protocolo assistencial seria, neste contexto, um documento definido por uma sequência lógica de atividades a serem desenvolvidos diante de um problema de saúde, que será definido de acordo com as condições locais do serviço. Por esta razão o protocolo assistencial deve basear-se nos conhecimentos científicos desenvolvidos a partir das diretrizes clínicas existentes, levando em consideração os recursos do local onde será aplicado. Assim, podemos identificar uma clara necessidade de organização local, de adaptação da diretriz às condições e culturas locais na implementação da própria diretriz e do protocolo assistencial. Como preconizamos a construção de linhas de cuidado centradas nos usuários e temos como conceito que estas devam ser modelos de organização dos processos de trabalho baseado no atendimento integral e humanizado aos usuários do SUS, existe a necessidade de apontarmos documentos como os expressos em cada capítulo deste livro de protocolos de uso que tratam de questões específicas acerca de uma abordagem diagnóstica e conduta em temas relevantes à emergência pediátrica.Item INQUIETAÇÕES PANDÊMICAS: VIVÊNCIAS EM TEMPOS DE CORONAVIRUS(Grupo Hospitalar Conceição, 2020-05-15) Rodrigues, Elisandro; Castilhos, Thaiani Farias deParecia um filme, daqueles bem apocalípticos, ruas vazias, silenciadas à força, nos poucos que circulavam, percebia-seapenas um olhar solidário, como se dissesse “te cuida aí”, nos prédios, quem nunca se via, passa a se espiar pela sacada, teu olhar flor na janela me faz morrer, medo, medo de tocar, de respirar, acordar com medo, dormir com angústia, chegar em casa, correr pra televisão e acompanhar os números epidemiológicos, cada vez mais mortes, possível falta de acesso a equipamentos de proteção, como atenderemos aos pacientes sem proteção? podemos? devemos? muitas informações desencontradas, contraditórias, usar máscara sempre, não usar, escudo de proteção, fiasco, necessidade? hospitais cheios, de gente, gente com medo, gente que quase esquecia que era gente quando, no supermercado, corria para estocar tudo o que fosse possível, muito papel higiênico, vai entender, um bicho solto, um cão sem dono, e se faltarem leitos? e se faltarem respiradores? quem vai escolher quem vive e quem morre? pobres, ricos, tão iguais e as pessoas, que saudade de ser sem medo, isolados, nunca sentiu-se tanta saudade da rua, do sol, do vento no rosto sem compromisso, como todo filme apocalíptico, alguns heróis tentando sobreviver, a que custo? ser herói ficou tão difícil, pesado, nada romântico, meu desejo se confunde com a vontade de não ser, heróis caindo, sendo banidos, cada um que caía derrubava junto a esperança de que tudo fosse passar logo, todo dia um dilema ético, uma decisão que parecia ser vital, ver, não ver, encontrar, isolar, ficar, sair, chorar, choro que encharca a máscara, fura barreiras, às vezes me preservo, noutras suicido, cada vez mais gente na rua por falta de casa, discursos perversos que tiraram o ar mais que qualquer vírus, sufocamento coletivo, sufocamento das potências, dos afetos, das vontades, das vidas, oh, sim, eu estou tão cansado, ao mesmo tempo todos os pequenos carinhos ganham tanto espaço no corpo, tão marcantes, na pele, na alma, agradecer, quando vai acabar? vai acabar? a minha pele tem o fogo do juízo final... É no meio disso, sem ponto final e quase sem espaço pra respirar, que surgem potências criativas. Este livro reúne fragmentos dessa vida pandêmica, desse novo modo ser, estar, viver isolado-coletivamente. A Residência Multiprofissional em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição quer, através desse registro-marca, deixar inscritas as vivências dos residentes, preceptores e orientadores nesses mais de 10 meses de pandemia de Coronavírus. Em meio a tantos sufocamentos, compartilhar os sentimentos e as criações possíveis no campo da saúde desde a perspectiva da formação em serviço é uma grande vitória, marcando a importância da formação no, para e pelo SUS. A reinvenção cotidiana que a pandemia instituiu fica aqui registrada como forma de dar vazão a tantas vivências e de marcar um legado futuro. Convidamos todos e todas para uma pausa na vida pandêmica, tomando um fôlego para conhecer um pouco mais das experiências-construções produzidas pelo nosso time. tão diferentes, como sempre, ando tão à flor da pele, pele, logo ela, tão perigosa, tão evitada, que saudade de abraçar.Item RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO SUS: FORMAÇÃO E A PRODUÇÃO EM SAÚDE(Grupo Hospitalar Conceição, 2020-05-15) Branchi, Aline Zeller; Rodrigues, Elisandro; Castilhos, Thaiani Farias deQuando vim para a equipe da Residência Multiprofissional do GHC a frase que mais ouvi foi “cuidado, não é fácil aguentar esse rojão”. E por quê? Porque fazer formação no e para o SUS não é tarefa simples, daquelas que se faz à toa, de olhos fechados e mente distraída. Construir possibilidades de formação desde o cotidiano dos serviços de saúde no Brasil requer, além de muita perseverança, uma boa dose de paciência e, por que não, teimosia. Forjar-se trabalhador do SUS é uma das escolhas mais difíceis, porque escolhe-se não ser apenas um funcionário de uma instituição, mas protagonista na construção diária de um sistema de saúde que se propõe a grandiosidades. Ser universal, integral, equânime e democrático, num país do tamanho do Brasil, requer uma imensa capacidade de construir redes e de estar continuamente em formação. É neste contexto que as residências em saúde surgem: com a promessa de formar trabalhadores imbuídos deste espírito, altamente identificados com os princípios norteadores deste sistema de saúde que é único em sua experiência. Daí emerge o desafio: a grandiosidade evidencia as contradições, os limites e as impossibilidades. “Eu queria querer-te amar o amor Construir-nos dulcíssima prisão Encontrar a mais justa adequação Tudo métrica e rima e nunca dor Mas a vida é real e de viés E vê só que cilada o amor me armou Eu te quero (e não queres) como sou Não te quero (e não queres) como és” Formar trabalhadores no e para o SUS é deparar-se constantemente com o contraditório, com os limites impostos pela dificuldade de construir um sistema de saúde que muitas vezes coloca em xeque nossos modos de nos relacionarmos em sociedade: a vida é real e de viés... A residência desestabiliza, desacomoda e, por vezes, até incomoda. O residente vem para os programas de residência multiprofissional buscando qualificar-se e – eventualmente – mudar o mundo. Encontra trabalhadores mais e menos identificados com esta missão, serviços de saúde mais e menos alinhados com as políticas públicas construídas e idealizadas, mais e menos dispostos a aprender e ensinar: vê só que cilada o amor me armou... É nesse encontro múltiplo e improvável que acontece a formação em serviço. Residentes que, na maioria, chegam direto das Universidades, cheios de conhecimentos na cabeça, encontram comunidades e serviços de saúde calejados pelos desafios de fazer saúde. Aprender colocando a mão na massa, apender fazendo e sendo. A presença do residente, por si só, provoca, traz o estranhamento e possibilita abertura para a revisão de práticas e, quiçá, teorias. As equipes se desacomodam, se sentem questionadas e questionam. Perguntas que possibilitam mudanças e aberturas aos movimentos. E tudo isso só se torna possível a partir dos afetos que aí se constroem. Formação em serviço, assim, é formar-se e deformar-se desde os afetos e as afetações que o cotidiano possibilita. É tomar a saúde como resultado de uma relação: consigo mesmo, com o outro, com o contexto. “O quereres e o estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assim Infinitivamente pessoal E eu querendo querer-te sem ter fim E, querendo-te, aprender o total Do querer que há e do que não há em mim” A verdade e a ciência não estão dadas, o saber não está pronto. E se é na relação com o outro, na troca, que construímos saberes, saúde e forjamos profissionais para o SUS, é através da pesquisa que damos formas às experiências e compartilhamos com o mundo. A relação da pesquisa com a formação em serviço passa pela possibilidade de construir novas teorias, novos saberes, novos conceitos advindos do que há de mais precioso para a saúde: as relações de troca, infinitivamente pessoal. O olhar curioso, contestador, que não se conforma... A pesquisa na formação em serviço permite estranhar o que se vê. A curiosidade somada ao desejo de mudar, de qualificar, permite que os residentes se lancem na tarefa de desvendar mistérios, de revisar teorias e, principalmente, de criar. Querendo sem ter fim, aprender o total do querer que há e do que não há: possibilidades de, desde o cotidiano mais desafiador, produzir pesquisa, ciência, a partir das afetações produzidas em si, na relação com o outro e com o sistema de saúde. O Grupo Hospitalar Conceição é a maior rede pública de hospitais do sul do Brasil, com atendimento 100% SUS. É neste contexto, e com muito orgulho dele, que produzimos pesquisa a partir da formação em serviço, evidenciando, a cada dia ao longo desses mais de 16 anos de história, que a Residência Multiprofissional em Saúde é potente e tem muito a contribuir na busca de um sistema de saúde cada vez mais universal, integral e equânime. Este livro - Bruta flor do querer – compartilha 17 textos oriundos de Trabalhos de Conclusão da Residência Multiprofissional em Saúde do Grupo na cabeça, encontram comunidades e serviços de saúde calejados pelos desafios de fazer saúde. Aprender colocando a mão na massa, apender fazendo e sendo. A presença do residente, por si só, provoca, traz o estranhamento e possibilita abertura para a revisão de práticas e, quiçá, teorias. As equipes se desacomodam, se sentem questionadas e questionam. Perguntas que possibilitam mudanças e aberturas aos movimentos. E tudo isso só se torna possível a partir dos afetos que aí se constroem. Formação em serviço, assim, é formar-se e deformar-se desde os afetos e as afetações que o cotidiano possibilita. É tomar a saúde como resultado de uma relação: consigo mesmo, com o outro, com o contexto.