EQUIDADE INTRAURBANA NA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS ESPECIALIZADOS PARA ESQUIZOFRENIA: DESAFIO ORGANIZACIONAL
Data
2017-05-15
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Grupo Hospitalar Conceição
Resumo
Abstract
A eficiência deve ajustar-se às condições de equidade na utilização de tecnologias em saúde. A falta de conhecimento acerca do perfil dos usuários e de aspectos que impactam resultados em saúde, como a adesão aos tratamentos, repercute um processo de trabalho pouco atento à relação da estrutura social com a forma de organização de um sistema de saúde complexo e segmentado. O estudo avalia a influência de desigualdades sociais e cobertura com saúde suplementar na taxa de utilização e na adesão aos tratamentos com medicamentos especializados para esquizofrenia em Porto Alegre. A investigação longitudinal, retrospectiva, analisou dados de base informatizada e de prescrições médicas, coletados na assistência farmacêutica estadual, de todos os 1.547 indivíduos em uso destes medicamentos há pelo menos 12 meses. Foram estratificadas em quartis as 335 Unidades de Desenvolvimento Humano do território do município, para cálculo das taxas de utilização, e identificadas as proporções de prescrições oriundas de serviços públicos ou privados e de psiquiatras ou demais médicos, em cada estrato. O quartil socioeconômico 1, mais pobre, apresentou utilização inferior a todos os demais, com razão de taxas de 1,74 (IC 95% 1,41-2,07) frente ao quartil 2. A paridade entre as proporções de prescrições dos quartis 1 e 2 oriundas de serviços públicos, 74,5% e 74,9%, e de psiquiatras, 39,1% e 40,4%, respectivamente, indicou que a ausência de equidade horizontal estaria mais relacionada a falhas no empoderamento de fluxos de acesso e na coordenação do cuidado aos mais vulneráveis do que aos efeitos da dupla cobertura. Após início do uso, análise multivariada por regressão de Poisson revelou que nível socioeconômico e saúde suplementar não influenciaram a adesão aos tratamentos. A integração clínica do componente especializado da assistência farmacêutica na rede de atenção em saúde mental deve ativar itinerários terapêuticos inclusivos que garantam equidade na linha de cuidado integral.
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Palavras-chave
Saúde Pública, Brasil, Sistema Único de Saúde, Conduta do Tratamento Medicamentoso, Esquizofrenia
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