FATORES ASSOCIADOS AO ABANDONO AO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE DROGARRESISTENTE NO RIO GRANDE DO SUL
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Data
2019-06-17
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Grupo Hospitalar Conceição
Resumo
Abstract
O Rio Grande do Sul está entre os cinco estados brasileiros com maior taxa de abandono ao tratamento de todas as formas de tuberculose. O abandono a tratamentos para tuberculose drogarresistente (TBDR) pode levar ao aumento no padrão de resistência aumentando o desafio para o controle da doença. Apesar de ter conhecimento sobre os indicadores, o serviço de assistência tem dificuldade em predizer quais pacientes são mais susceptíveis a abandonar o tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores relacionados ao abandono ao tratamento da TBDR no estado do Rio Grande do Sul. Para tal, um estudo transversal foi conduzido entre os casos de TBDR que iniciaram
tratamentos no estado entre Janeiro de 2013 e Junho de 2016. A associação entre os desfechos cura/abandono ao tratamento e as variáveis independentes foram analisadas através da determinação das razões de prevalência. Através da análise multivariada, verificou-se que no Rio Grande do Sul o uso de drogas lícitas e/ou ilícitas relacionou-se a um aumento no risco de abandono, enquanto ter idade igual ou maior que 50 anos, usar rifampicina na composição do esquema de tratamento, o número de meses de tratamento concluídos e o número de radiografias de tórax registradas relacionaram-se a redução do risco de abandono. A variável escolaridade, embora tenha apresentado uma relação estatisticamente significativa com os desfechos avaliados na análise simples, não pode ser avaliada na análise multivariada por possuir em torno de 30% de não preenchimento. Na análise simples e na multivariada, as variáveis relacionadas a rede de atenção à saúde e a complexidade dos tratamentos, efeitos adversos e toxicidade tiveram uma proporção maior de fatores relacionados ao abandono do tratamento quando comparadas as variáveis relacionadas aos fatores sociodemográficos e aos relacionados a própria doença e comorbidades, indicando que a coordenação da rede e a proposição e organização dos tratamentos tem papel importante na promoção da adesão ao tratamento. Com base nos resultados, acreditamos que ações de capacitação dos profissionais da rede que executam o Tratamento Diretamente Observado bem como a implicação dos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool, Drogas em sua condução, aliados a realização de ações multiprofissionais de reforço da adesão junto ao paciente entre o sexto e sétimo mês de tratamento tem potencial para melhorar os desfechos.
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Palavras-chave
Saúde Pública, Brasil, Sistema Único de Saúde, Tuberculose
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